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Reuniões de Oração

A reunião de oração também é uma reunião importante. Cada tipo de reunião tem sua característica particular. O testemunho que Deus deseja que mantenhamos na Terra deve ser cumprido em conjunto, pregando o evangelho, partindo o pão e orando juntos. As reuniões de oração podem ser difíceis e fáceis. Os novos crentes precisam aprender sobre esse tipo de reunião.

1. EM CONCORDÂNCIA

Um requisito fundamental para irmãos e irmãs orarem juntos é estarem em concordância. O Senhor nos diz em Mateus 18 que devemos estar em concordância na Terra. Antes e no dia de Pentecostes, os cento e vinte crentes oraram em concordância (Atos 4:1-2).

Portanto, a primeira condição de uma reunião de oração é ser unânimes em coração e mente. Como as pessoas podem se reunir para orar se cada um tem sua própria mente? A palavra "concordar" em Mateus é extremamente importante. O Senhor promete que: “Se dois de vocês concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito...” (v. 19).

Esta palavra específica em grego é usada na música para denotar harmonia. Se uma pessoa estiver tocando sozinha, não há problema. Mas se três tocarem juntos, um piano, outro violino e outro flauta, se um deles tocar desafinado, o resultado será discórdia. Da mesma forma, nossas orações não devem estar em desacordo. Se formos capazes de concordar uns com os outros, Deus ouvirá tudo o que pedirmos. O que ligarmos na terra será ligado no céu, e o que desligarmos na terra será desligado no céu. A condição básica é a harmonia. Portanto, aprendamos a ser harmoniosos e não orar cada um segundo a sua própria vontade.

2. COM PEDIDOS ESPECÍFICOS

Como podemos alcançar esse objetivo de harmonia? Observo que o maior problema em muitas reuniões de oração reside no excesso de pedidos.

Enquanto houver muitos assuntos pelos quais orar, é muito difícil chegar à harmonia. Nós mesmos criamos desunião ao ter cinquenta ou sessenta itens de oração. Torna-se uma reunião abrangente. Não encontramos tal situação na Bíblia. O que encontramos lá é orar por um assunto específico. Por exemplo, a igreja orou por Pedro enquanto ele estava na prisão. Nós também não devemos orar por muitas coisas, mas sim por um assunto específico. É fácil chegar a um acordo quando há apenas um tópico. Muitos itens farão com que nossas orações se tornem uma rotina.

Acredito que as reuniões de oração em muitos lugares exigem uma mudança drástica. Que cada reunião de oração seja por apenas um assunto. Talvez devêssemos orar pelos irmãos e irmãs desempregados, pelos doentes ou pelos pobres — um desses e nada mais. Com um assunto, podemos concordar prontamente.

Se ainda houver tempo depois de terminarmos de orar por um assunto, podemos mencionar outro assunto para oração. Devemos fazer o trabalho de oração diante de Deus. A reunião de oração pode ser dividida em duas partes, cada uma orando por uma coisa. Orar por duas coisas ao mesmo tempo dificulta a concordância entre as pessoas. Portanto, não anuncie descuidadamente dois itens para oração no início. Deixe que o irmão responsável anuncie um item de cada vez. Creio que a maior necessidade em uma reunião de oração é simplificar os pedidos. O objetivo da oração é realizar coisas, fazer com que as coisas sejam feitas. Não é por razões sociais ou para agradar as pessoas; portanto, não pode abranger tudo.

O poder da oração específica proferida em Atos 1 e 2 produziu o Pentecostes. Assim como a cruz foi a obra realizada pelo Filho de Deus, o Pentecostes foi a obra realizada por meio da oração dos filhos de Deus. Como isso foi feito? Orando em unanimidade. Oremos também dessa maneira concentrada, não dispersa.

Todos os que participam de uma reunião de oração devem vir com a preparação da fé. Se possível, os irmãos e irmãs devem ser informados previamente sobre o pedido de oração, para que tenham um peso nele. Primeiro, a percepção da necessidade, depois o fardo e, finalmente, o pedido.

3. EM REALIDADE

Há outra necessidade básica para as orações em uma reunião de oração: realidade ou genuinidade. De acordo com minha observação pessoal (não ouso exagerar), tenho motivos para julgar que metade de todas as palavras proferidas em uma reunião de oração são falsas. O motivo de muitas orações não é que Deus ouça, mas que o homem aprove.

Se Deus responde à minha oração não é tão importante, contanto que ela agrade aos homens. Como consequência, as orações na reunião de oração tornam-se pretensiosas e vazias.

A verdadeira oração vem do desejo do coração, não da imaginação da mente. Ela expressa o sentimento do coração, portanto, surge de um profundo anseio interior. Por essa razão, a oração no Antigo Testamento era oferecida a Deus como incenso. Todo incenso do Antigo Testamento era feito de árvores. Depois que a casca era cortada, a árvore exsudava uma espécie de resina da qual o incenso era fabricado. Portanto, a oração não é oferecer algo que esteja à mão; é a apresentação de algo extraído do mais íntimo do coração. Assemelha-se a algo que escorre de feridas. Tais orações são bem diferentes das orações tranquilas que muitos oferecem — orações boas de ouvir, mas de conteúdo muito comum. Lembremo-nos bem de que nossas orações são para Deus ouvir, não para agradar os ouvidos de irmãos e irmãs.

Se as orações das reuniões de oração carecem de realidade, francamente não podemos esperar que a igreja seja forte. Para que a igreja seja forte, as reuniões de oração devem ser fortes. Para que as reuniões de oração sejam fortes, todas as orações devem ser reais. Não podemos permitir que sejam falsas, pois Deus jamais recompensará a falsidade.

Orar não é pregar, nem é dar sermão. É pedir diante de Deus.

Portanto, não use muitas palavras como se Deus ignorasse a situação e precisasse de seus relatórios e argumentos detalhados de inteligência!

Oramos porque temos necessidade; oramos porque temos fraqueza. Viemos para receber suprimento e poder espiritual.

De acordo com nossa percepção da medida de nossa necessidade, nessa medida oramos em realidade. Se não sentimos necessidade, nossa oração está fadada a ser irreal.

Uma das causas fundamentais da oração fingida é que quem ora simplesmente não consegue se esquecer das outras pessoas presentes. Estando sempre atento às pessoas, ele facilmente se torna insincero em sua oração. Portanto, em uma reunião de oração, ele deve lembrar que, embora, por um lado, sua oração represente toda a assembleia, por outro, ele está a sós com Deus, pedindo verdadeiramente de acordo com a necessidade.

Quanto mais definida a necessidade, mais segura a oração. Você pode se lembrar da parábola usada pelo Senhor Jesus: um amigo chega inesperadamente e você não tem nada para servi-lo. Então, você vai até outro amigo para pedir pão. A necessidade é muito definida. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”, diz o Senhor Jesus (Mt 7:7). Você não ousa ser descuidado quando há uma necessidade real. O Senhor promete que, se você pedir, receberá.

4. COM CONCISÃO

A oração precisa ser concisa, além de real. Quase todas as orações na Bíblia são muito concisas. A chamada Oração do Senhor, em Mateus 6, é bastante curta. A própria oração do Senhor antes de Sua partida, registrada em João 17, parece ser longa; no entanto, é muito mais curta do que as orações de muitos filhos de Deus hoje. Até mesmo a oração de toda a igreja, encontrada em Atos 4, é concisa. A oração em Efésios 1 é uma oração importantíssima, mas pode ser facilmente concluída em menos de cinco minutos.

Muitas vezes, quanto mais longas as orações, mais pretensiosas e vazias elas se tornam. Apenas duas frases são reais; as demais são adicionadas. Essas duas frases são para Deus ouvir; todas as demais são para os ouvidos dos irmãos e irmãs. Devemos instruir os jovens crentes a orarem brevemente, dizendo-lhes que, se os mais velhos fizerem suas orações longas, tudo bem, mas os mais jovens não devem fazê-lo. De fato, orações longas podem causar grandes danos à igreja.

Certa vez, quando uma irmã orava sem parar, esgotando a paciência de toda a assembleia, Moody fez uma coisa muito sábia ao se levantar e dizer: "Enquanto nossa irmã continua sua oração, vamos cantar um hino".

Que nenhum de nós pense que podemos ser descuidados durante as reuniões de oração.

Se realmente orarmos em unanimidade, os descrentes que por acaso entrarem terão que reconhecer que esses cristãos têm algo.

Orações longas dissipam a força, enquanto orações concisas fortalecem a reunião.

O escritor das Notas sobre o Pentateuco, C. H. Mackintosh, falou bem quando disse para, por favor, não usarmos suas orações para maltratar os filhos de Deus.

Muitos podem não chicoteá-lo, mas o açoitam com orações.

Você mal consegue permanecer sentado. Deixe que os filhos de Deus orem de forma verdadeira e concisa.

5. DENTRO DOS LIMITES DE SUAS ORAÇÕES PARTICULARES

Nas orações coletivas, outro princípio básico a ser praticado é nunca permitir que suas orações públicas excedam suas orações particulares. Esta é uma boa regra. Assim como você ora em particular, ore em público. É claro que você pode ter que ajustar suas orações para se adequarem ao público, pois você não pode orar em público exatamente da mesma maneira que ora em particular. Isso é compreensível. Mas, ainda assim, suas orações em público não devem exceder suas orações em particular. De fato, pouquíssimas orações particulares são falsas, embora igualmente poucas orações públicas sejam verdadeiras. Quando você ora com outras pessoas, tende a dizer o que não diria sozinho. Assim, você acrescenta palavras às suas orações.

Embora a oração pública seja difícil e tenda a ser falsa, longa e agradável aos homens, as orações nas reuniões de oração são mais fortes do que as orações particulares no que diz respeito a realizar coisas. Deus pode responder às orações da igreja muito mais do que às orações pessoais. O problema hoje, porém, é que há mais respostas para orações individuais do que para orações coletivas. Por que isso acontece?

Porque há tanta falsidade, confusão e palavras vãs nas orações coletivas. Como Deus se deleitaria em responder às orações de Seus filhos se eles orassem juntos com simplicidade e em unanimidade!